domingo, 15 de julho de 2007

_metade de mim

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via quando não estava.
sentia quando não havia toque.
ouvia num silêncio gritante.
percebia o aroma inodoro.

palavras que não foram escritas,
cartas que nunca foram postadas,
chamadas que não foram feitas,
a ânsia sufocante da espera.

sentidos a postos,
inconsciente clamando,
a razão teimava em não aceitar.

a imagem, o contato,
o som, o cheiro.
é tudo que fica do que não ficou.

Vinícius Lírio [17.05.2007 - 22:42]

FOTO: Palhaça no Pelourinho. Salvador/Ba, Jan. 2007

6 comentários:

Carmim disse...

Pode ser bastante dolorosa a memória que criamos e guardamos de todas as coisas que poderiam ter sido e não foram.
Talvez o arrependimento mais duro e o juíz mais severo seja aquele que sentimentos ao ver o que não vivemos e a nossa própria consciência.

Beijo

Flávia disse...

Muito sinestésico...adorei!
Boa semana moço!
BJu

B. disse...

Querido Personal!!!

Tenho sofrido exarcebadamente dessa sufocante espera... me ocupando de tds os lado para negar o silencio da minha propria companhia...

Affe!

Boa semana

Bjks

Vagando no Espaço disse...

Muito bom, apesar de angustiante...
Fiquei sem folego...
Acho que foi pela identificação com o que estou passando...

Girassol: mandou bem!

Abraços.

Paulo Fernando disse...

"tudo o que fica do que não ficou" tem um nome: saudade.

Abraços, meu querido!

Anônimo disse...

Gosto dessa sua contradição das próprias palavras!