hoje me lembrei de você. Lembrei do que você era, de como éramos. Juro que faria tudo para não acordar daquele pensamento que seria sonho, se dormindo eu estivesse. Mas, acordei. Deixei você ir, mais uma vez, para longe.
É engraçado como nosso inconsciente nos domina. Sem qualquer impedimento vil da nossa razão, ele nos domina e nos revela o que há por trás de toda e qualquer máscara que venhamos mantendo.
Sabe, outro dia entrei numa padaria para ver se algo me interessava. Eu não estava com fome, nem se quer com vontade de comer algo em especial. Era o mero desejo de entrar para encontrar alguma coisa. Não questionei o desejo e entrei. De repente me deparei com um pote de doce de leite em pasta (você deve lembrar que eu gosto muito doce de leite, de qualquer jeito). Comprei. Ao contrário do que pensei, no entanto, cheguei em casa e não o comi. Coloquei na geladeira e esqueci. Até que no meio da noite, por volta de 3h da manhã, acordei com água na boca. Não errei o caminho.
Você, hoje, está sendo meu doce de leite. A diferença é que está numa geladeira bem mais distante, a qual eu não tenho livre acesso às 3h da manhã. Dormirei com água na boca de você, na certeza de que, ao amanhecer, em alguma outra padaria encontrarei um pote de doce de leite ao meu alcance.
Saudades,
Vinícius.
Saudades,
Vinícius.