domingo, 6 de janeiro de 2008

De Mal

Photobucket

Oi, Sarah.

Não quero mais falar com você. Não consigo desculpar por você ter colocado aquele cabo de vassoura na jante da minha bicicleta. Machucou feio, sabia?!

O pior foi você mentir sobre o que tinha feito. Jogou a culpa para mim e ainda riu como se nada tivesse acontecido. Começou a chover, você correu e eu fiquei só, estranhamente queimando na chuva.

Eu sei que você tinha que ir, porque cada um é responsável pelas gotas que nos molham. Mas você poderia, ao menos, ter me ajudado a secar, não só a água, mas o sangue que ainda escorria da queda que você me deu.

Lição aprendida. Percebi que gostar de você me fazia mais mal do que bem. Que você era como uma coca-cola gelada sobre minha gastrite: gostoso no momento; dor pontiaguda e solitária depois. Decidi que queria me curar disso.

Outra lição aprendida. Vi que para ser feliz no amor, basta amar a pessoa certa. Acho que quem provoca feridas em alguém que nos ama não seja essa pessoa.

Fique bem. Sei que já está. Permaneça, então. E cuidado ao andar de bicicleta, pois cabos que vêm, às vezes, voltam.

Vinícius.

4 comentários:

disse...

Nossa... solitário, magoado... e bonito, evidentemente, como tudo que é triste. Lindo, moço, tocante, singelo... ai, ai... me emocionou de verdade e olha que nem sei andar de bicicleta. :P

Teresa disse...

o amor errado faz sofrer, mas eh com ele que a gente mais aprende.

=)

Mike disse...

Uau, fiquei impressionado...
"... cada um é responsável pelas gotas que nos molham..."
"... vc era como uma coca-cola gelada sobre minha gastrite..."
Bom demais da conta!

Anônimo disse...

Um flerte de vingança inconsciente, rs
O alcólatra do Freud diria mais ou menos isso, rs
E segue a série cartas,,, to gostando... Não tenho aptidão nenhuma pra "cartear".

Abraços e cíclicas invenções!