sábado, 29 de julho de 2006

[ quando a sombra passa? ]

o mundo moderno sugere e impõe que tudo é efêmero... instântaneo.
quem consegue exergar isso? a instantaneidade... falamos, teorizamos e pouco provamos.
o dia começa, uma luz emana do infinito e revela um jogo imagético tão perfeito que nem damos atenção. talvez por ele não revelar nuances equivocadas. uns raios sobre os corpos fecundam uma nuance escura e pouco opaca, que nos acompanha durante todo o dia e a noite também - sobre outra motivação. o dia vai acabando, a nuance deixa de ser natural e ganha reforço de artifícios, mas ainda assim se faz presente. enquanto há luz, essa nuance escura está lá. a sombra.
nossa sombra é o reflexo de que as coisas passam [e passam de pressa]. quantas direções as sombras ganham no decorrer do dia, com a mudança de ângulo da luz maior?! a estabilidade vem pra ela quando o artifical se impõe e a referência se perde. porque vários são as fontes e pouco são os focos.
é necessário que percebamos que, tal como a sombra, nós também passamos. a diferença é que a luz não pode determinar o que somos. nós é que temos que fazer a luz refletir o que eramos, em que nos transformamos e o que queremos ser.
palavra de ordem: FOQUE. no que quer. no que não quer. no que é e no que não quer ser. não se perca de vista para que não roubem sua sombra e apaguem sua luz.

V.L.

P.S.: hoje não postei imagem porque o blogspot não deixou. :/

5 comentários:

Flávia disse...

Lemvrei-me do tal "mito da caverna"...muito bom!
Tenha um bom dia!
T+

Flávia disse...

O Mito da Caverna - Platão (428-347)

O Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo, para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões pelos tempos a fora.
(Fonte:http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/caverna.htm)

É como se sempre tivéssemos vivido dentro de uma caverna de costas para a entrada, vendo apenas as sombras a nossa frente e pelo fato de nunca termos percebido a realidade "fora da caverna" acreditamos piamente que aquelas sombras são de fato "a realidade"...acho que é por aí...vale a pena ler!
:) BJus T+

(Embora o enfoque do seu post sobre as sombras tenha sido bem mais poético acabei me lembrando disso :P)

Cristiano Contreiras disse...

A VIDA é pura brevidade?!

abraços

Douglas disse...

Lembrei de uma cena de um filme que gosto muito, se chama "Lost in Translation" (Encontros e Desencontros), aonde o personagem do Bill Murray fala para a personagem da Scarlett Johansson (nã me lembro se com essas exatas palavras):

"-Quando você sabe o que você é, e o que você quer, tudo fica mais fácil."

Aí surge uma grande questão dentro de mim: Quem eu sou?

Acho que isso é relevante.

Abração.

Vagando no Espaço disse...

Ainda em busca da felicidade...
(nos - seus - "outros tempos" ;)
Achei esse post...
Palavra de ordem: FOQUE
Perfeito.
Detalhe: preciso de lentes para focar melhor (sou míope)...
Aonde achar essas lentes "especiais"?
Às vezes penso que as achei mas não se "encaixam" nos meus olhos...
Elas insistem em tomar a forma de outros olhos (que não precisam mais delas)...